Quais os principais desafios do setor automotivo brasileiro?

Apesar da crise que tem sido enfrentada há alguns anos, o setor automotivo brasileiro é um dos pilares que sustenta a economia do país, e já passou por diversas transformações ao longo da história, e outras ainda estão por vir.

A sua empresa está preparada para acompanhar essas mudanças?

No artigo de hoje, trazemos um pouco dos desafios do setor automotivo brasileiro.

Boa leitura! 😊

HISTÓRIA DO SETOR AUTOMOTIVO NO BRASIL

Você sabia que o primeiro automóvel chegou no Brasil na década de 1890, no porto de Santos? O veículo era um Peugeot, modelo francês, que foi importado pelo jovem Alberto Santos Dumont.

Quando o setor automotivo começou no Brasil, no início do século XX, as linhas de montagem eram bem simples, mas que atendiam a demanda da época.

A primeira empresa do setor a se instalar no Brasil foi a Ford, em 1919. Já em 1925, veio a General Motors.

Mas o setor automotivo brasileiro se desenvolveu nos governos de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.

Nesse período, medidas importantes foram tomadas como a proibição da importação de veículos montados, além da imposição da alta taxação de peças.

Um ponto importante a destacar é, além do nascimento da indústria automotiva, outros setores foram criados. Com a criação da Companhia Nacional Siderúrgica, foi possível a manufatura nacional de chapas e barras de ferro e aço, que são matérias-primas para a fabricação de um automóvel, assim como a fabricação de várias peças.

Esse é um setor muito importante e reconhecido internacionalmente, pois tem a capacidade de gerar vários empregos e por fazer a economia de vários países girar.

A indústria automotiva brasileira conta muito sobre a evolução tecnológica, econômica e social do Brasil, mas isso é assunto para outro texto. 😉

MAS QUAIS SÃO OS DESAFIOS DO SETOR AUTOMOTIVO NO BRASIL?

Com tanta importância para a economia e um mercado competitivo, com novas tendências e novos comportamentos de consumo, os desafios enfrentados pelo setor automotivo não são poucos.

Vejamos a seguir mais detalhadamente alguns deles:

SUPERAR A CRISE DOS ÚLTIMOS ANOS

Com a chegada da pandemia de COVID-19, diversos setores da cadeia produtiva precisaram se reinventar.

A indústria de semicondutores foi uma das que viveram essa situação. Apesar de ser uma peça pequena, o semicondutor representa a base dos chips de memória e processador encontrados em quase todos os dispositivos eletrônicos.

Para se ter uma ideia, no setor automotivo, os semicondutores são utilizados em sistemas de infoentretenimento conectados e em sensores para funções de segurança. Atualmente para se produzir um único veículo é preciso utilizar de 300 a 400 semicondutores. Um mercado global que estava registrando um forte crescimento.

No Brasil, como era um momento de instabilidade  econômica, após um período de recessão, a indústria automotiva reduziu fortemente a compra de semicondutores.

Para se ter uma ideia, em abril (2020), 5 montadoras estavam com problemas na linha de produção, causados pela pandemia.

Nesse período, os pedidos de semicondutores foram direcionados para as indústrias de celulares e computadores, que estavam aquecidas devido ao fato de as pessoas estarem em home office. Mesmo com a retomada, o setor automotivo ficou em segundo plano.

Além disso, não podemos esquecer o cenário pós pandemia, fazendo com que o setor tenha mais desafios a serem enfrentados, que é recuperar as vendas e normalizar as atividades, e com isso melhorar competitividade.

MUDANÇA NO COMPORTAMENTO DOS CONSUMIDORES

Uma mudança significativa no comportamento dos consumidores, em relação a compra de automóveis, é a exigência por algo cada vez mais personalizado.

E para atender a essa demanda, as montadoras estão optando por diversificar sua linha de produtos, mas em quantidades menores. Mas para conseguir suprir essa expetativa, há um aumento no número de ferramental, fazendo com que haja pressão sobre lucro, o que consequentemente impacta no valor final do veículo.

Entretanto, o desejo pelo aumento de personalização, também movimenta o setor de acessórios. Quando o consumidor não consegue algo do vendedor, eles procuram outras fontes de personalização.

Além da questão da personalização, o setor automotivo precisa enfrentar a questão dos aplicativos de mobilidade, como Uber e 99.

Muitas pessoas estão preferindo a contratação dos serviços para os momentos de locomoção a terem que comprar um veículo, que implica em diversos gastos.

MAIS INVESTIMENTO EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Outro desafio a ser enfrentado pelo setor automotivo é a entrada no mercado de veículos que oferecem menor consumo de combustível e menos emissão de CO2. Como exemplos, podemos citar os carros elétricos e os híbridos.

Mas para isso, é preciso investimento em pesquisa e desenvolvimento, pois esses veículos precisam de blocos de motor mais leves, carrocerias otimizadas, além de processos de fundição cada vez mais eficientes.

MÃO DE OBRA QUALIFICADA

Antes as fábricas de automóveis tinham como foco manter a mão de obra qualificada necessária para a produção, mas com os avanços tecnológicos esse cenário mudou.

Com a transformação digital, as empresas do setor automotivo têm a necessidade de habilidades especializadas. Ao invés de substituir os colaboradores, as empresas precisam entender que é preciso modernizar as equipes, fazendo com que as pessoas sejam capazes de lidar com as novas tecnologias.

Além disso, as empresas da indústria automobilística, concorrem cada vez mais, com outras empresas estimuladas pela tecnologia, que também estão em busca de mão de obra especializada.

Outro ponto a ser considerado é: a geração baby boomer está se aposentando e levando consigo todo o conhecimento técnico e institucional.

Com isso, o setor automotivo precisa encontrar uma forma de absorver o conhecimento dos profissionais que estão se aposentado e de alguma forma disponibilizar para a geração que está chegando, em sua maioria composta por millenials.

VOCÊ JÁ OUVIU FALAR NA ROTA 2030?

O Programa Rota 2030 é parte da estratégia elaborada pelo governo para o desenvolvimento do setor automotivo brasileiro.

Assim, o programa tem como principal objetivo ajudar a indústria automotiva a enfrentar outros desafios como:

• Baixa competitividade da indústria automotiva nacional;
• Defasagem tecnológica, especialmente em eficiência energética e desempenho estrutural e tecnologias assistivas à direção, do produto nacional frente às novas tecnologias em fase de implementação nos grandes mercados dos países desenvolvidos;
• O risco de transferência das atividades de P&D para outros polos, com a consequente perda de postos de trabalho de alta qualificação;
• Entre outros.

Saiba mais sobre o programa clicando AQUI.

Com constantes avanços tecnológicos, novos hábitos de consumos, incertezas econômicas, entre outros, o setor automotivo brasileiro precisa se reinventar cada vez mais para ser competitivo em um mercado em constante transformação.

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Até mais!